Por terra, como quem muito sofre, padece
a dor profunda de uma queda infinita,
em prantos, a palmeira amargurada e aflita
implora alivio aos céus, num suspirar de prece…
Entre angústias brutais, ela no chão palpita;
esfuziando e gemendo, aos poucos desfalece…
E ninguém lhe escuta o choro, a dor que lhe enlouquece,
e tão só, a morrer, se estorce, arqueja e grita…
De braços para o azul, a palmeira se iguala
a um ser humano, à voz humana de quem sente
nos momentos finais a imperfeição da fala.
Bem que a dor da palmeira, assim de desenganos
cheia, padece aquela mesma dor pungente
da agonia mortal dos corações humanos