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O romance da tentação de um pobre homem – Antônio Nilo

No tempo que eu bebia
Não tinha explicação,
Como hoje não bebo mais
Vivo na triste amplidão,
Por que era tão fatal
Que me dói o coração.

Só vivia nos botecos
Sem comer e sem dormir,
Vivo hoje pensativo
Resmungando por aqui,
Só dormia pelo chão
Era a onde ia cair.

Eu dormia nas calçadas
Acordava no ouro dia,
Com a cara machucada
No pingo do meio dia,
Não aguentava andar
Era triste agonia

Hoje me vejo acabrunhado
Por causa da bebedeira,
Se não fosse a cachaça
Eu dançava na gafieira,
Mas me vejo fracassado
Estou jogado na poeira.

Amigos vocês estão vendo
O que é que bêbado faz,
Se você tiver vergonha
Isso aí você não faz,
Por que a tal da cachaça
Afasta você dos país.

Se eu tivesse pensado
Não estava fraco assim,
Não foi falta de conselho
Que meus país deram a mim,
Estou feio e acabado
Parecendo um guachinim.

Caro leitor e amigo
Hoje me sinto fraco assim,
Foi por causa da bebida
Que me deixou ruim,
E agora o remédio
É se conformar até o fim.

Minha vida era um mistério
De cortar o coração,
No outro dia bem cedo
Corria para o barracão,
Só aguentava uma lapada
E caía no chão.

É por isso que eu lhes digo
Não queira beber não,
Por que o cão está solto
Está fazendo confusão,
Ele quer lhe enrascar
Pra lhe tirar da união.

Eu peço a Deus todo dia
Que me livre da tentação,
Por que o mundo é tão grande
Mas pode perder a animação,
De um homem atentado
Não tem explicação.

Hoje me sinto feliz
Com meus familiares,
Me sentindo arrependido
Mas Deus me dá coragem,
Pra narrar este cordel
Com grande felicidade.