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A queda da palmeira – Luís Patriota

Por terra, como quem muito sofre, padece
a dor profunda de uma queda infinita,
em prantos, a palmeira amargurada e aflita
implora alivio aos céus, num suspirar de prece…

Entre angústias brutais, ela no chão palpita;
esfuziando e gemendo, aos poucos desfalece…
E ninguém lhe escuta o choro, a dor que lhe enlouquece,
e tão só, a morrer, se estorce, arqueja e grita…

De braços para o azul, a palmeira se iguala
a um ser humano, à voz humana de quem sente
nos momentos finais a imperfeição da fala.

Bem que a dor da palmeira, assim de desenganos
cheia, padece aquela mesma dor pungente
da agonia mortal dos corações humanos